Permanecer oito horas diárias em um escritório fechado, sem ver a luz do dia e nem perceber se chove ou se faz sol: esta rotina nunca fez parte dos planos de João José Danielski, 59 anos, 25 deles voltado à profissão de cobrador de ônibus. Hoje, dia 15 de janeiro, é o dia destes profissionais que não abrem mão da disciplina, do respeito ao próximo e da educação para exercer sua nobre função.

Natural de Lauro Müller, Danielski, hoje morador de Imaruí, acorda às 4h30 todos os dias e logo toma o primeiro ônibus rumo ao trabalho. Funcionário da empresa Transportes Alvorada, o cobrador tem consciência de seu papel como braço direito do motorista. “Além de fornecer as passagens, também temos outras funções igualmente importantes, que é promover a ordem e contornar algumas situações. Em todos estes anos na profissão, fiz bons amigos, conheci muita gente boa”, conta.

O auxiliar de tráfego Silvestre Edi Inácio Custódio, 39 anos, vez por outra volta a exercer sua antiga função de cobrador na empresa onde trabalha, a Alvorada, para matar a saudade. “Desde pequeno alimentava a vontade de trabalhar assim, dentro de um ônibus, vendo o movimento, conversando com as pessoas. Um vizinho, que era cobrador, me incentivou, aí procurei a empresa, pedi emprego e estou aqui até hoje, há 18 anos”, revela Silvestre.

Para estes dois profissionais, trabalhar enquanto circulam pelas ruas e rodovias de uma região torna-se uma atividade ainda melhor pelo fato de garantir o pão de cada dia e facilitar o acesso às pessoas. “Lidamos com o público, fazemos amizades. Prefiro assim. Um serviço onde ficássemos parados o dia todo, para mim, seria muito monótono e cansativo. Deste jeito trabalhamos, também passeamos e conversamos bastante”, acrescenta o cobrador Silvestre.

Para Danielski e Silvestre, desempenhar a função de cobrador com perfeição é fácil. Basta seguir a receita: “Garantir uma boa viagem aos passageiros, atender as necessidades de todos, ser atencioso e gentil”, concluem os cobradores.